sexta-feira, outubro 27, 2006

BPI vai continuar com projecto independente

"O Banco BPI, alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) do Banco Comercial Português (BCP), vai continuar o seu projecto independente e a nova lei das OPA não deverá pôr em causa o actual acordo de preferência entre accionistas, disse hoje Artur Santos Silva, presidente do BPI."
in Jornal de Negócios com Reuters
O Banco BPI, alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) do Banco Comercial Português (BCP), vai continuar o seu projecto independente e a nova lei das OPA não deverá pôr em causa o actual acordo de preferência entre accionistas, disse hoje Artur Santos Silva, presidente do BPI.
Interrogado sobre, se o acordo de preferência tiver de acabar, este fim pode pôr em causa a actual coesão accionista do BPI, respondeu: "penso que não; isso não tem problema nenhum, o acordo é possível ou não é possível".
O acordo de preferência envolve accionistas que controlam 46% do capital do BPI, destacando-se a catalã La Caixa e o brasileiro Itaú , que recentemente aumentaram as suas participações no banco, e a alemã Allianz .
Em causa, estará a eventualidade dos acordos de preferência poderem ser considerados como concertação entre accionistas.
"Estou muito tranquilo sobre a evolução desta operação [OPA] e estou convencido que aquilo que foi dito, desde o princípio, que o BPI vai continuar a ser um projecto independente e a responder perante todos os 'stakeholders' vai ser conseguido", disse à margem de uma conferência.
"Acho que a posição dos accionistas de referência do banco é clara e sem tergiversações, desde a primeira hora, como aliás esses movimentos que alguns fizeram (aumento posição La Caixa e Itaú) comprovam", adiantou.
Artur Santos Silva lembrou que este assunto dos acordos de preferência está a ser analisado pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e que alguns accionistas já lhe levantaram esse problema "para estarem esclarecidos, desde a entrada em vigor do diploma, qual é o seu alcance".
"Não vejo nenhuma razão para que um mero acordo de preferência não seja compaginável com os princípios que estão consagrados na transposição da Lei das OPAs", afirmou.
Explicou que "há imensas empresas na Europa, na UE, onde há acordos de preferência entre accionistas pois protegem um valor essencial que é a estabilidade accionista para as empresas prosseguirem objectivos de longo prazo".
"Adivinho que não vai haver grandes problemas, mas se, efectivamente, for outra a interpretação, nessa altura, o acordo terá o destino expectável que é não continuar", afirmou.
Recordou que eventual concertação foi uma matéria que o legislador nacional quis acautelar porque, "provavelmente, anteriormente, os supervisores tiveram dificuldade de provar, num ou noutro caso, concertação, e então inverteram o ónus da prova".
"O que há que provar é que o acordo (do BPI) é um mero acordo de preferência, que é o que é", concluiu.